Na finalização da etapa anterior,
descrevemos que o autor do livro ressaltava a importância de conscientizar-se,
sendo o primeiro passo para encontrar o caminho para se livrar da crise
financeira, porém, há necessidade de refletir sobre algumas questões.
A primeira delas é a pessoa fazer
um levantamento dos seus rendimentos. O autor relata um fato muito interessante
e que condiz com a realidade. Geralmente quando perguntamos a uma pessoa o
quanto ela ganha, ela responde o valor bruto. Se for um trabalhador de carteira
assinada, a resposta está errada, porque do valor bruto é deduzido os descontos
oficiais, como o INSS, vale-transporte, vale-refeição, assistência médica,
entre outros. Então, o valor real do ganho mensal é inferior ao valor bruto.
Reinaldo Domingos cita exemplo de
um salário de mil reais, com os descontos oficiais, o valor real do ganho
mensal é de aproximadamente R$ 850,00. A
diferença de R$ 150,00 equivale a 15% do valor bruto do rendimento. Sendo esse
percentual muito representativo, independentemente da renda em questão, segundo
o autor.
Esse exemplo nos permite entender
a explicação do autor do livro, que a pessoa ao interiorizar a informação de
que ganha mil reais, ela passará a viver fora da situação real, no mínimo
gastando 15% a mais do que poderia gastar. Inconscientemente a pessoa adota o
valor bruto como um parâmetro, contudo está errado. Seguindo com a explicação
do autor, quem deseja obter equilíbrio financeiro precisa ter plena consciência
de seus rendimentos, saber exatamente o valor disponível para honrar os
compromissos, pagar as despesas e realizar investimentos. Isso vale para profissionais
liberais, autônomos e empresários, segundo Reinaldo Domingos. E a importância
de se computar os valores recebidos no mês e também no ano, de forma precisa
para descobrir quais são as reais margens de manobra.
O autor detalha também que pessoas
com rendimentos variáveis podem cometer o mesmo erro e armazenar na memória
apenas o rendimento bruto, sem descontar impostos e despesas comuns a quem
trabalha como autônomo, que em certos períodos poderão ter rendimento acima da
média, enquanto em outros, não ter nenhum. Eis a importância de se conhecer com
precisão, os movimentos de entrada de dinheiro.
Reinaldo Domingos sugere apenas
que a pessoa procure calcular quanto possui de rendimento mensal, incluindo
salários e comissões, se os tiver. E orienta a fazer o exercício de rendimento
mensal:
C = (A – B) Rendimento líquido
mensal.
Sendo:
A Rendimento bruto (salário, comissão, bônus).
B Descontos diversos (INSS, IRRF, outros).
Orienta se a pessoa for
profissional liberal, autônomo ou empresário, liste de forma mais precisa os
valores médios recebidos nos últimos três meses.
Após realizar esse levantamento
mensal, deve calcular quanto os rendimentos representam ao longo do ano,
incluindo férias e décimos terceiro salário, se os tiver, assim como, bônus e
comissões, se for o caso. Usando o o exercício de rendimento anual:
D = (A+B-C) Rendimento líquido
anual.
Sendo:
A Rendimento bruto (salário, comissão, bônus).
B Outras receitas (13° salário, férias, outros).
C Descontos diversos (INSS, IRRF, outros).
O autor relata, mesmo que os
rendimentos mensais não sejam muito altos, provavelmente a pessoa vai se
surpreender ao calcular o valor total deles ao longo do ano. Fazendo essa
reflexão sobre seus rendimentos, a pessoa dará início a um processo de
mobilização psicológica fundamental em seu comportamento financeiro. Incentiva
o leitor a seguir adiante, mantendo essa consciência. Evitar superestimar ou
subestimar os valores e não deixar-se ser desmotivado.
A segunda questão é a pessoa
observar o seu comportamento financeiro. O texto relata que 90% das pessoas
pensam que sabem quanto gastam, mas não sabem, porque a maior parte não possui
um controle preciso de seus gastos e que está acostumada a registrar, quando a
faz, somente as despesas maiores. O problema, segundo o autor, é que essas
despesas maiores não produzem uma radiografia completa da real situação.
Define que é imprescindível que a
pessoa tenha uma visão completa de sua saúde financeira. E afirma que é nas
pequenas despesas não consideradas no cálculo superficial, que reside o
desequilíbrio financeiro. São esses
gastos menores que corroem o ganho obtido e minam a ideia de que se ganha pouco
e não dá para honrar os compromissos.
O autor cita que a pessoa
realmente possa ganhar menos do que ele merece, mas isso nada tem que ver com o
fato de estar sem dinheiro. Exemplifica que caso a pessoa ganhasse 10% a mais,
provavelmente gastaria 10% a mais pelo simples motivo de não ter nenhum
controle sobre o seu dinheiro. O equilíbrio financeiro depende diretamente da
visão mais ou menos detalhada que a pessoa tem de suas receitas e despesas. Se
não tiver equilíbrio não conseguirá sair da situação em que se encontra.
Seguindo com a orientação do
autor, é fundamental a pessoa saiba exatamente qual é o seu condicionamento
financeiro, porque lhe permitirá desenvolver ao longo do tempo a capacidade de
dar um salto quando surgir alguma oportunidade, desviar-se dos obstáculos que
surgirem. Mantendo as receitas e despesas equilibradas, a pessoa será capaz de criar
uma reserva de energia adicional para usá-la se necessário.
A terceira questão é o registro
de todos os pequenos e grandes gastos. O autor afirma que a pessoa pode ter
dificuldade em dizer com precisão o valor que ela gasta por mês com gorjeta,
manicure, cafezinho ou balada. E propõe ao leitor assumir o compromisso em anotar
tudo o que gasta diariamente, sabendo exatamente para onde vai cada centavo e
manter controle, principalmente, dos pequenos gastos. Exercitando a mente e
relacionar os gastos por tipo de despesas. Expõe um modelo a ser seguido:
MÊS
Dia
|
Valor
|
Despesa
|
Forma de pagamento
|
Total
|
O autor ressalta que é importante
o leitor anotar tudo todos os dias, por tipo de despesa, totalizando os primeiros
trinta dias, caso tenha rendimento fixo. No caso de rendimentos variáveis é
necessário repetir essas anotações por três meses seguidos, obtendo assim a
média dos gastos por tipo de despesa. Esclarece que toda mudança de
comportamento gera dificuldade, porém, se faz necessário que ocorra esse
compromisso para a realização a educação financeira.
Finalizamos essa etapa nesse
ponto, para que você possa se inteirar de todo o conteúdo e, se necessário,
revisar as etapas anteriores. Continue acompanhando a nossa Série de Leituras e
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