sábado, 30 de julho de 2016

TERAPIA FINANCEIRA

Na finalização da etapa anterior, descrevemos que o autor do livro ressaltava a importância de conscientizar-se, sendo o primeiro passo para encontrar o caminho para se livrar da crise financeira, porém, há necessidade de refletir sobre algumas questões.

A primeira delas é a pessoa fazer um levantamento dos seus rendimentos. O autor relata um fato muito interessante e que condiz com a realidade. Geralmente quando perguntamos a uma pessoa o quanto ela ganha, ela responde o valor bruto. Se for um trabalhador de carteira assinada, a resposta está errada, porque do valor bruto é deduzido os descontos oficiais, como o INSS, vale-transporte, vale-refeição, assistência médica, entre outros. Então, o valor real do ganho mensal é inferior ao valor bruto.

Reinaldo Domingos cita exemplo de um salário de mil reais, com os descontos oficiais, o valor real do ganho mensal é de aproximadamente R$ 850,00.  A diferença de R$ 150,00 equivale a 15% do valor bruto do rendimento. Sendo esse percentual muito representativo, independentemente da renda em questão, segundo o autor.

Esse exemplo nos permite entender a explicação do autor do livro, que a pessoa ao interiorizar a informação de que ganha mil reais, ela passará a viver fora da situação real, no mínimo gastando 15% a mais do que poderia gastar. Inconscientemente a pessoa adota o valor bruto como um parâmetro, contudo está errado. Seguindo com a explicação do autor, quem deseja obter equilíbrio financeiro precisa ter plena consciência de seus rendimentos, saber exatamente o valor disponível para honrar os compromissos, pagar as despesas e realizar investimentos. Isso vale para profissionais liberais, autônomos e empresários, segundo Reinaldo Domingos. E a importância de se computar os valores recebidos no mês e também no ano, de forma precisa para descobrir quais são as reais margens de manobra.

O autor detalha também que pessoas com rendimentos variáveis podem cometer o mesmo erro e armazenar na memória apenas o rendimento bruto, sem descontar impostos e despesas comuns a quem trabalha como autônomo, que em certos períodos poderão ter rendimento acima da média, enquanto em outros, não ter nenhum. Eis a importância de se conhecer com precisão, os movimentos de entrada de dinheiro.

Reinaldo Domingos sugere apenas que a pessoa procure calcular quanto possui de rendimento mensal, incluindo salários e comissões, se os tiver. E orienta a fazer o exercício de rendimento mensal:
C = (A – B)     Rendimento líquido mensal.

Sendo:
A Rendimento bruto (salário, comissão, bônus).
B Descontos diversos (INSS, IRRF, outros).

Orienta se a pessoa for profissional liberal, autônomo ou empresário, liste de forma mais precisa os valores médios recebidos nos últimos três meses.

Após realizar esse levantamento mensal, deve calcular quanto os rendimentos representam ao longo do ano, incluindo férias e décimos terceiro salário, se os tiver, assim como, bônus e comissões, se for o caso. Usando o o exercício de rendimento anual:
D = (A+B-C)    Rendimento líquido anual.

Sendo:
A Rendimento bruto (salário, comissão, bônus).
B Outras receitas (13° salário, férias, outros).
C Descontos diversos (INSS, IRRF, outros).

O autor relata, mesmo que os rendimentos mensais não sejam muito altos, provavelmente a pessoa vai se surpreender ao calcular o valor total deles ao longo do ano. Fazendo essa reflexão sobre seus rendimentos, a pessoa dará início a um processo de mobilização psicológica fundamental em seu comportamento financeiro. Incentiva o leitor a seguir adiante, mantendo essa consciência. Evitar superestimar ou subestimar os valores e não deixar-se ser desmotivado.

A segunda questão é a pessoa observar o seu comportamento financeiro. O texto relata que 90% das pessoas pensam que sabem quanto gastam, mas não sabem, porque a maior parte não possui um controle preciso de seus gastos e que está acostumada a registrar, quando a faz, somente as despesas maiores. O problema, segundo o autor, é que essas despesas maiores não produzem uma radiografia completa da real situação.

Define que é imprescindível que a pessoa tenha uma visão completa de sua saúde financeira. E afirma que é nas pequenas despesas não consideradas no cálculo superficial, que reside o desequilíbrio financeiro.  São esses gastos menores que corroem o ganho obtido e minam a ideia de que se ganha pouco e não dá para honrar os compromissos.

O autor cita que a pessoa realmente possa ganhar menos do que ele merece, mas isso nada tem que ver com o fato de estar sem dinheiro. Exemplifica que caso a pessoa ganhasse 10% a mais, provavelmente gastaria 10% a mais pelo simples motivo de não ter nenhum controle sobre o seu dinheiro. O equilíbrio financeiro depende diretamente da visão mais ou menos detalhada que a pessoa tem de suas receitas e despesas. Se não tiver equilíbrio não conseguirá sair da situação em que se encontra.

Seguindo com a orientação do autor, é fundamental a pessoa saiba exatamente qual é o seu condicionamento financeiro, porque lhe permitirá desenvolver ao longo do tempo a capacidade de dar um salto quando surgir alguma oportunidade, desviar-se dos obstáculos que surgirem. Mantendo as receitas e despesas equilibradas, a pessoa será capaz de criar uma reserva de energia adicional para usá-la se necessário.

A terceira questão é o registro de todos os pequenos e grandes gastos. O autor afirma que a pessoa pode ter dificuldade em dizer com precisão o valor que ela gasta por mês com gorjeta, manicure, cafezinho ou balada. E propõe ao leitor assumir o compromisso em anotar tudo o que gasta diariamente, sabendo exatamente para onde vai cada centavo e manter controle, principalmente, dos pequenos gastos. Exercitando a mente e relacionar os gastos por tipo de despesas. Expõe um modelo a ser seguido:

MÊS
Dia
Valor
Despesa
Forma de pagamento
































Total




O autor ressalta que é importante o leitor anotar tudo todos os dias, por tipo de despesa, totalizando os primeiros trinta dias, caso tenha rendimento fixo. No caso de rendimentos variáveis é necessário repetir essas anotações por três meses seguidos, obtendo assim a média dos gastos por tipo de despesa. Esclarece que toda mudança de comportamento gera dificuldade, porém, se faz necessário que ocorra esse compromisso para a realização a educação financeira.

Finalizamos essa etapa nesse ponto, para que você possa se inteirar de todo o conteúdo e, se necessário, revisar as etapas anteriores. Continue acompanhando a nossa Série de Leituras e compartilhe em suas redes sociais.